“A planície verdejante que se abre à nossa frente ajuda-me a aplanar as minhas emoções. Ao relaxar-me tomo consciência da minha fome e fraqueza. Como é que vou tirar da mochila um pacote de bolachas sem parecer uma criança à hora do lanche. Além do mais, é um pacote das minhas bolachas preferidas, daquelas mesmo para os garotos. Dois redondos de bolacha unidos por um creme de chocolate. Não posso esperar o desmaio para ganhar coragem. Puxo a mochila para a frente, abro o fecho.
― Quer uma bolacha? – pergunto envergonhada e sem explicações quanto à fome.
― Também já sinto fome. Aceito com prazer.
Pior. Tiro da mochila o pacote cilíndrico. E abro a boca para me desculpar de tal infantilidade mas não faço em tempo.
― Não acredito! Desde a escola primária que não como dessas!” (Capítulo 5)